Opinião do dono: 100 mil km Subaru Forester Sport

 


Em dezembro 2021 levei o Subaru Forester Sport para a revisão de 100 mil km na oficina da concessionária em Porto Alegre, RS. Em tempos de pandemia de COVID-19, tenho usado menos o automóvel. Foi um ano inteiro para completar 10 mil km.

O carro estava funcionando bem e não previa nada fora do plano de revisões. A consultora técnica recepcionou e explicou bem os serviços e alternativas. Tenho sempre optado por executar a geometria e balanceamento 4x4 e rodízio de pneus na concessionária pela conveniência e custo.

Além dos serviços, fluídos e peças regulares previstos, solicitei uma lavagem completa e vitrificação do pára-brisas. Também solicitei uma análise do estado de desgaste da transmissão, pela quilometragem percorrida. O computador de bordo fornece dados da transmissão pela porta OBD que os equipamentos da concessionária podem interpretar.

A revisão transcorreu conforme previsto. Apenas uma das lâmpadas de iluminação da placa de licença estava queimada.

A entrega do carro foi um evento digno de nota. O mecânico colocou o carro no elevador para me mostrar sua análise diretamente enquanto eu podia observar. De início, mostrou-se surpreso ao saber que o jogo de pneus Continental PremiumContact 6 (leia artigo anterior aqui no blog) já estava com 40 mil km rodados e ainda nem tinha chegado na meia-vida. Comentou como um bom indicador de conservação do carro.

Mostrou minuciosamente o ótimo estado de conservação dos componentes de suspensão, lataria, monobloco, escapamento, tração, pintura, abafadores. NENHUM ponto de corrosão exceto leve oxidação superficial normal nos canos de escapamento, pela alta temperatura. Afinal, os tubos originais não são de aço inoxidável. Admirável engenharia e fabricação japonesas.

Reparou como os discos de freio e pastilhas, todas as buchas e coxins estavam em perfeito estado ainda. Quando perguntei sobre os caros amortecedores auto-ajustáveis que mantêm altura relativa ao solo mesmo alterando peso de carga, ressaltou que foram superdimensionados pelos engenheiros e na forma que utilizo o carro é bem provável que durem até o final da vida do carro.

Havia retirado uma pequena quantidade de fluído de transmissão CVT , aproximadamente o equivalente a uma colher de sopa, através da sangria por um tubo de serviço, para examinar detidamente. Embora não instrumental, o exame visual e de tato de cor, viscosidade, transparência contra luz forte, evidenciou mínima oxidação, ausência visual de materiais particulados em suspensão, de forma que não havia preocupação com degradação significativa nem do fluído nem da transmissão.

O carro não tem reboque nem trafega pesado normalmente. Aliado a uma direção cuidadosa, em estradas pavimentadas na quase totalidade, os dados do computador de bordo também confirmaram o bom estado da transmissão. No Brasil, a CAOA Subaru não pratica nem troca de fluído especial da transmissão CVT e nem manutenção interna. Apenas substituição.

O fluído CVT é algo especial de tecnologia. Ele deve resfriar ou aquecer os componentes para colocar dentro da faixa operacional de temperatura, e lubrificar em condições gerais. Mas sob pressão, se comporta como ADESIVO.

Este enigmático efeito físico permite que a corrente “grude” na polia nos pontos de contato, e assim que ela gira e alivia a pressão, “desgrude”. Obviamente o poder adesivo define o torque possível e um eventual escorregamento. Se escorregar, aumenta desgaste da polia e da corrente, degradando a transmissão.

Quando o escorregamento superar um limite, o carro não conseguirá mais se mover. O objetivo é não chegar a esse limite na vida útil do carro.

O fluído “poderia” ser trocado, seguindo procedimentos quase hospitalares de limpeza e cuidado para evitar qualquer contaminação por resíduos na transmissão. Um fio de cabelo ou grão de poeira poderia causar falha catastrófica da transmissão. Existiam vídeos no YouTube mostrando os procedimentos nas concessionárias do EUA, e é algo surreal até para os padrões de serviço deles. Exige uma lavagem do motor e cofre MINUCIOSAS e cobrir com máscara plástica de proteção quase tudo no motor, luvas e máscaras do mecânico. Demora horas apenas na preparação. Outro requisito é a perfeita eliminação do fluído antigo, inclusive do trocador de calor externo, sem utilizar máquina de troca de fluído que possa contaminar com fluído ou óleo sujo de outro, e a perfeita eliminação de bolhas de ar dos solenóides, pois poderiam destruir a transmissão. E nem comentei o preço de US$ 300 por litro do tal fluído especial CVT Subaru. E cada modelo de carro tem seu próprio fluído, por possuir características de torque específicas.

Existem vídeos amadores no youtube que mostram trocas de fluído em casa ou oficina sem esses cuidados. O risco de contaminação é alto demais, sem os cuidados. Os problemas podem aparecer mais adiante, numa aceleração de desgaste.

Após a avaliação da transmissão, o mecânico afirmou que era de se esperar ainda muitos milhares de km de duração da transmissão, nessas condições de uso. Claro que falhas podem acontecer, mas pela experiência dele, a probabilidade é muito boa da duração longa.

E que a conservação geral do carro permitia estimar ainda mais quilometragem de longevidade.

O estado de conservação do habitáculo e estofamento está excepcional (limpeza e hidratação dos bancos de couro a cada 6 meses) e a pintura e lataria muito boas mesmo. O brilho ainda surpreende após tantos quilômetros.

Também foi a primeira vez quer pedi uma lavagem do motor para o carro. Sempre hesitei, pois algum eventual problema elétrico causado por água sob pressão seria extremamente caro. Uma central de injeção eletrônica pode custar dezenas de milhares de reais para esse carro. Portanto, a execução na própria oficina, com garantias de execução e cobertura para problemas, foi bem vinda. E ainda o custo estava conveniente.

Outro serviço de ótimos resultados foi o polimento e vitrificação do pára-brisas. A um custo conveniente, o vidro ficou como novo, sem aquelas manchas indeléveis por contaminação por chuva ácida, que resistiram a todas minhas tentativas de limpeza. Removeram todas as contaminações por químicos como asfalto e óleo e outros resíduos. A vitrificação ainda viabilizou muito melhor funcionamento dos limpadores de pára-brisas durante chuvas. Recomendo.

Outra surpresa. Mesmo com o aumento do dólar americano, a revisão prevista e com os serviços adicionais de lavagem completa com motor, polimento e vitrificação de pára-brisas, rodízio de pneus, balanceamento e geometria 4x4, custou R$ 1741,00. Um colega enviou seu Nissan Versa para revisão de 80 mil km por prazo, já que estava com 60 mil km. Orçaram em R$ 2600,00. Ele optou por poupar R$600,00 e trocar fluído do radiador em outro lugar. Os fabricantes nacionais perderam a noção. R$2600,00 na revisão de um carro barato usual para motoristas de Uber!!!

Esse Subaru Forester Sport é o primeiro carro meu que atingiu tal quilometragem. Já tive outros nacionais zero km que se degradaram muito com bem menos rodagem. E este Subaru ainda está impecável. 

Que respeito pela engenharia e fabricação japonesas.

Não deixe de ler os relatos sobre as revisões anteriores aqui no site.



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